Razão e consciência


Aos poucos, tenho compreendido a Razão apenas sob a forma da consciência racional, ligada a uma certa atividade mental consciente. A Razão, assim compreendida, nunca é silenciosa, nem estática, nem inerte, como uma faculdade mental que poderia estar adormecida; ela é sempre uma operação atual, atenta de si mesma.

As distinções racionais (que se efetuam pelo jogo da distinção de elementos considerados opostos) são sempre distinções da consciência.

Afinal, “nas camadas profundas da atividade mental inconsciente os opostos não são diferenciados um do outro, mas sim expressos pelo mesmo elemento”*.

Sendo assim, resta um fundo mental enorme e ambíguo, pois a consciência é apenas a estrutura superficial do pensamento [ou do que Freud chama de “psíquico”], apesar de ser a mais aparente (pela proximidade a si mesma).




(*) FREUD, Sigmund. Resumo da psicanálise [1924]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: O eu e o id, “Autobiografia” e outros textos. Obras completas. Vol. 16 (1923-1925). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 245. Grifo meu.


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